O Homem que Queria Ser Livro é um título criado por Darson Ribeiro diante de um misto de história pessoal da infância e o seu atual momento, sempre tendo o teatro como meio de vida e expressão. Convidou Flavio de Souza para desenvolvê-lo, diante do que o próprio autor chama de “ótima embocadura para o ator”. Flávio é autor premiado com Fica Comigo Essa Noite e Castelo Ra Tim Bum. “Flavio consegue tratar de assuntos atuais e atemporais com dramaticidade e bom humor”, explica Darson.
Foi diante dessa contemporaneidade de pensamentos, mesclada a ensinamentos milenares e, ao mesmo tempo, extratemporais, que surgiu o convite para que Rubens Rusche assumisse a direção. “Rubens é um tipo de diretor que já quase não há. Ele pensa primeiro na lógica da escrita e vai, aos poucos, criando e demarcando laços de vogais a sentenças, dando volume, peso e dramaticidade ao que se lê, com o foco sempre no corpo do ator. O que se fala deve ser sentido primeiramente no corpo, só assim a voz se torna crível para contagiar as pessoas e, consequentemente, a emoção”, diz Darson. “E para fechar essa produção com chave de ouro, convidei Ney Matogrosso para gravar a canção ‘Coração de Luto’, do Teixeirinha, que abre a peça”, finaliza.
Sobre o espetáculo
O título O Homem que Queria Ser Livro é quase um trocadilho entre “li-vro” e “li-vre”. Segundo Darson Ribeiro, é o teatro em busca de algo que a maioria das pessoas, muitas vezes, esquece ou mesmo ignora: a retomada da criança interior, no sentido humanista da ação. Com esta montagem, Darson não teve como objetivo realizar uma “ode” ao livro, mas utilizar-se desse instrumento milenar para, por meio do teatro, reforçar ao to de “pensar em si”. Para ele, “a sugestão fica: tudo está em nós mesmos”.
Em 45 minutos, em um tom confessional, o ator apresenta de forma crua e sutil, em tons variantes entre drama, humor e poesia, um reverso desse mundo caótico, justamente pela falta de humanidade, e, consequentemente, por falta da leitura, o homem consigo mesmo. E ele cita Jorge Luis Borges: “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. ”
Esse ‘homem-livro’ do espetáculo se pendurou aos livros e ficou suspenso no ar – também no sentido metafórico do não alcance terreno, como se as palavras tivessem o poder de suspender, elevar, prum céu sonhado. “As pessoas já não sonham mais, sequer imaginam”, reflete o artista.
Ao contrário de um ‘anjo caído’, o ‘homem-livro’ desobedeceu aos homens, não ao Divino, e flutuou nas letras usando as capas dos livros como alicerce. E, diante de tamanho embrenhamento nas histórias, vê-se como Dom Quixote. Mas, afinal, os livros são aquilo que também o faz sair da fantasia e entender a realidade. E aí, ele vence.
Sobre a participação de Ney Matogrosso – A ideia de Darson Ribeiro em convidar Ney Matogrosso foi pela neutralidade do que ele consegue fazer com a voz e, ao mesmo tempo, o tamanho de dramaticidade que ele impõe quando canta. “Coração de Luto” nunca teve uma versão a capella. A primeira aparição de Darson no palco interpretando uma adaptação desta canção, feita pela sua mãe, aos cinco anos.
Ficha técnica:
- Idealização, título e interpretação: Darson Ribeiro.
- Texto: Flavio de Souza. Direção: Rubens Rusche.
- Participação especial: Ney Matogrosso (na canção “Coração de Luto”, de Teixeirinha.
- Assistentência de Direção: Arnaldo D’Avila.
- Cenário e figurino: Darson Ribeiro.
- Fotografia: Eliana Souza.
- Design gráfico: Iago Sartini.
- Diagramação: Torino Comunicação.
- Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação.
- Visagismo: Claudio Germano.
- Design de luz: Rodrigo Souza.
- Iluminotécnica: Ednei Valdoski LPL Lighting Productions.
- Operação de luz e som: João Marcos Barbosa.
- Edição de som: Lalá Moreira DJ.
- Gravação: Estúdio Alma Sintética (RJ).
- Trilha sonora: Rubens Rusche.
- Vozes em off: Arnaldo D’Ávila, Juju Bac, João Marcos Costa, Rodrigo Souza e Cris Broilo.
- Armazenamento e logística: Personnalite Transportes & Mudanças.
- Produção: Dr Produções.
- Realização: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
BIBLIOTECA VIVA
Espetáculo: O Homem que Queria Ser Livro
Idealização, título e interpretação: Darson Ribeiro
Texto: Flavio de Souza. Direção: Rubens Rusche. Participação especial: Ney Matogrosso.
Duração: 45 minutos. Gênero: Drama. Classificação: Livre
Programa: Biblioteca Viva
Temporada: de 7 a 31 de março/2019
Local: Bibliotecas Municipais da Secretaria Municipal de Cultura
Ingressos: Grátis
Cronograma de apresentações:
- 7 de março (quinta, às 14h30) – Biblioteca Vinicius de Moraes
- Av. Jd Tamoio, 1119, Cj. José Bonifácio, Itaquera. Tel: (11) 2521-6914
- 9 de março (sábado, às 14h) – Biblioteca Rubens Borba
- Rua Sampei Sato, 440, Ermelino Matarazzo. Tel: (11) 2943-5255
- 10 de março (domingo, às 11h) – Biblioteca Ricardo Ramos
- Pça. Centenário de Vila Prudente, 25, Vila Prudente. Tel: (11) 2273-4860
- 16 de março (sábado, às 11h) – Biblioteca Narbal Fontes
- Rua Cons. Moreira de Barros, 170, Santana. Tel: (11) 2973-4461
- 17 de março (domingo, às 11h) – Biblioteca Milton Santos
- Av. Aricanduva, 5777, Jd. Aricanduva. Tel: (11) 2726-4882
- 20 de março (quarta, às 14h30) – Biblioteca Raimundo de Menezes
- Av. Nordestina, 780, São Miguel Paulista. Tel: (11) 2297-4053
- 23 de março (sábado, às 14h) – Biblioteca Álvaro Guerra
- Av. Pedroso de Moraes, 1919, Pinheiros. Tel: (11) 3031-7784
- 29 de março (sexta, às 14h) – Biblioteca Prof. Arnaldo Giácomo Magalhães
- Rua Restinga, 136, Tatuapé. Tel: (11) 2295-0785
- 30 de março (sábado, às 14h) – Biblioteca Padre José de Anchieta
- Rua Antonio Maia, 651, Perus. Tel: (11) 3917-0751
- 31 de março (domingo, às 11h) – Biblioteca Lenyra Fraccarolli
- Pça. Haroldo Daltro, 451, Vila Nova Manchester, Carrão. Tel: (11) 2295-2295